sábado, 25 de maio de 2013

Xadai Moreira nos grandes jornais. PARTE 1

Fortaleza, Ceará - Sábado 17 de novembro de 2001 

Aulas criativas mudam perfil da escola 

A arte serve de fio condutor ao mundo mágico onde sonho e realidade se confundem. É durante as aulas de educação artística que essa sensação é evidenciada. Quer no movimento que faz Simony dos Santos Pereira, 11 anos, aluna da 4ª série do Centro de Atenção Integral à Criança (CAIC) Raimundo Gomes de Carvalho, localizado no Autran Nunes, ou no traço do desenho de sua amiguinha, Nayara Arruda Lima, 10 anos. Todos têm um ponto em comum: adoram criar. Muitas vezes, não é preciso grandes recursos. A lição é passada por esses garotos que utilizam, além da imaginação, materiais simples como lápis de cor, recortes de revistas e jornais. Assim cada um elege a sua melhor forma de se expressar.

Xadai Moreira Matias da Silva, 11 anos, 4ª série, confessa que gosta de inventar histórias. “A professora mostra uma parte e a gente cria a nossa própria”, diz. Também lembra que adora assistir a filmes.

Alguns de seus colegas adoram outras formas de arte. É o caso, por exemplo, de Nayara Arruda Lima. “Gosto de pintar, desenhar e escrever”. Ela não hesita em dizer que prefere a aula de Educação Artística.

Para mostrar que os números e os pincéis podem conviver em perfeita harmonia, Ana Ronielly Costa Lima Nunes, 11 anos, 4ª série, revela: “gosto e pintar e de matemática também”. Exemplo de versatilidade é Luchana Emanuelle Soares, 10 anos. “Adoro ler histórias interessantes, escrever, pintar e de matemática”.

Essa realidade mostra que a escola pública pode ser bem atrativa. O que as crianças relatam se completa com atividades artísticas, biblioteca com programa de incentivo à leitura, projetos de monitoria, valorização do meio ambiente e esporte.

Não é sem motivo que o CAIC Raimundo Gomes de Carvalho, localizado num bairro periférico de Fortaleza é considerado uma “escola viva”. Funcionando nos três turnos, o Centro conta com 2.400 alunos , nas modalidades de educação infantil, creche e ensinos fundamental e médio.

Escola de referência no Estado, o Centro possui também núcleo de atendimento especializado que, no momento, atende a 150 crianças e adolescentes portadores de necessidades educativas especiais. A escola incorporou a proposta do então Projeto Escola Viva, criado em 1995, pela Secretaria de Educação Básica do Estado (Seduc). Hoje, virou proposta curricular.

A diretora geral do CAIC, Luiza Maria Alves Barbosa, afirma que o núcleo de atendimento especial atende a 29 escolas da 3ª Região. Dependendo do diagnóstico faz-se a inclusão da criança à escola ou o encaminhamento para uma instituição especializa.

Hoje, o CAIC possui quatro turmas de crianças com necessidades especiais de atendimento. O Centro possui grupo de dança, teatro, capoeira, artes plásticas e até uma horta. Este último faz parte do projeto Semente de Vida tem o objetivo de ensinar os meninos a valorizar o meio ambiente.

A coordenadora pedagógica do CAIC, Eliene Sales Andrade, também destaca o projeto “Aprender a ler e escrever com prazer”, desenvolvido com alunos do ensino fundamental. Uma das dificuldades é encontrar monitores, chamando a atenção das pessoas para o trabalho voluntário.

No momento, os colaboradores são alunos do ensino médio e duas alunos do Centro Federal de Ensino Tecnológico (Cefet). “Estamos precisando de monitores voluntários para o turno da tarde”, ressalta.

Os participantes do projeto são alunos a partir da 5ª série que trabalham com a leitura e produção de texto. A estudante Aline Brasil de Sousa, 13 anos, mesmo fazendo a 7ª série, é monitora do projeto. “A gente faz leitura dirigida e escreve”, conta.Após a leitura, os alunos se dirigem à sala de informática e aproveitam para treinar. É ali que dão asas à imaginação e escrevem textos a partir do que leram.

Iracema Sales

Da Editoria de Reportagem


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